A História da Cabeleira: Rupturas, Mudanças e Tendências atuais. Lidiana Justo

    Gosto de observar os comportamentos e aprender, convivendo com os meus queridos pré-adolescentes e adolescentes, além de adultos que acham que são adolescentes humm...

Perceberam a Juba do Leão? E o topetinho charmoso  do Elvis? O cabelinho de cuia dos Beatles? Ahh.. Tem a excêntrica Amy Winehouse? Eu prefiro os meus, rsrs...

     Tendo como musos (pode? Ah...) e musas inspiradoras, meus alunos e jovens no geral. Procurei atentar, para a nova onda Moicana do momento, Emo e misturas loucas e psicodélicas de cores, uau!! Vocês são demais!

     O historiador Marc Bloch  definiu a História como ciência que estuda a presença do homem na terra. Concordo com o cara, e trago os cabelos do homem, como objeto de curiosidade e investigação deste estudo. Se observarmos, ao longo da historia os cabelos, sempre foram objeto de grande atenção.

Não acreditas?.

Então veja:

·        Sansão por exemplo, um Gezireu, guardava poderes nas suas longas madeixas que sob hipótese alguma, poderia ser cortada sob pena de extinguir seus poderes.

·        A deusa grega,Vênus, usava suas longas madeixas para cobrir sua nudez.

·        Os romanos costumavam pelar sem dó e sem piedade os cabelos de seus prisioneiros de Guerra, escravos, enfim...

·        Na Idade Média, a igreja proibia as mulheres entrarem nas igrejas com seus cabelos soltos. Ué, qual o problema? Será que eles sabiam que os charmes das longas cabeleiras poderiam tiram atenção dos fiéis à hora da Liturgia? Humm...

·        Mas os nobres, tanto homens quanto mulheres, usavam aquelas peruconas extravagantes e brancas, lembram do filme Maria Antonieta?

·         O rei-sol Luís XIV adoraaava exibir-se com seus pomposos perucões. Não riam, há gosto para tudo!! Isso na  época era chic, sinônimo de charme e poder. Quem topa? Mas nos anos 60, uma onda efervescente atingiu a cultura global. Mudanças  que podem ser estudadas através do movimento feminista, negro, homossexual, estudantil, enfim, quero mostrar que o  estudo sobre os cabelos da época, podem ser reveladores do espírito de rebeldia e contestações contra os conservadores. 

  Veja o Black Power, uma moita gigante de afirmação da negritude, surgiu lá nas terrinhas de Tio Sam, e  tinha que ter muita atitude para usar e ousar.  O Jimes Hedrix, e aqui no Brasil, Tony Tornado, simplesmente ao adotar o estilo, influenciaram e divulgaram o orgulho da cor Negra ou Poder Negro.

   Os Hippies,  então, nem se fala... Adotaram um estilão alternativo com o slogan: Paz e Amor!! Ah... Eles gostavam da cabeleira longa com alguns enfeites,  faixas e flores, algo que  fosse bem natureba.

   Talvez vcs estejam se perguntando:  Pow, que que isso tem a ver? Gentennn... Nos anos 30, 40, 50, os cabelos eram bem certinhos, o que revela também a época tradicional. Mas, depois da Segunda Guerra Mundial, mudou muita coisa!!

  Os jovens resolveram se expressar através de atitudes aparentemente simples, como romper com aquela coisa certinha, de décadas conservadoras. E, nada melhor do que ousar nos cabelos e nas roupas, o lance era fugir do convencional. De tudo que parecesse conservador.

   Nos anos 70, vieram cortes mais ousados como o Punk e o Rastafári, este, particularmente, remonta à figura mitológica de Bob Marley, e dizem por aí... que encontraram 7 tipos de piolhos em seu cabelo. Mas brincadeiras  à parte, vocês sabiam que aqueles dreads, eram uma forma de contestação e protestos, aos padrões de beleza branca? Eram, como se diziam: “para açoitar os racistas brancos”, ditado da época. 

O estilo Punk, foi usado por jovens rebeldes, que na verdade fizeram uma releitura do Moicano.

  Atualmente, em tempos de Globalização, não se sabe ao certo o que se está na moda, o que vejo são releituras dos estilos antigos. 

Na sala de aula, temos algumas figuram ousando, rsrs... quem são eles? Tem o Eliab, que é marrento mas tá passando horas no espelho, caprichando no Moicano. E o Pedrinho? Esse ano, ele chegou todo style, o Josielho tem caprichado mais, tentou uns Moicanos, mas não combinou muito!! E o Chiquinho? Ele parece que ainda não aderiu.

  As cores dos cabelos variam conforme as estações do ano, humor, dia útil, influências, rosa Pink, azul escuro, vermelho mais que intenso, até laranja já vi!!

  Em tempos de fluidez, tem adolescentes que se dizem rockeiros, depois migra para o Emo, depois resolvem ser Hippie, ou quem sabe ser ele mesmo. Vá entender essa "thurminha".

  Percebo que para se afirmar numa turma, é preciso se descaracterizar, é louco, mas entendo. Só acho que original é ser você mesmo, ok?.

Queria falar mais, mas se vcs conseguiram ler tudo isso, tá de bom tamanho. Afinal, isso aqui não é um trabalho acadêmico. 

Bjss, bjss e cheiros da tia!!