Disponível em: https://www.paraibacriativa.com.br/artista/tragedia-de-tracunhaem/. Acesso: 24/07/22.
Um dia, um mameluco (mistura de indivíduos brancos e índios) chegou a Copaoba (aquele que se alonga), atual Serra da Raiz-PB, buscando acolhida na aldeia do cacique Iniguaçu (rede grande). Fora muito bem acolhido pelo chefe da tribo e toda comunidade. Mas o tal do mameluco pela filha do cacique se apaixonou, era uma bela índia chamada Iratembé, mais conhecida como “lábios de mel”. Pediu-a logo em casamento, mas o pai da moça colocou uma condição – em hipótese alguma, eles podiam ir embora da aldeia - o acordo foi aceito, a união do casal aconteceu.
Mas certo dia o
mameluco teve um plano, fugir da aldeia e ir embora para Olinda, onde sua
família residia. Aproveitando que o cacique e os cunhados foram caçar, pegou a
sua amada Iratembé e em Olinda foram morar. Quando o pai da moça retornou da
caçada tomou conhecimento que sua linda filha fora raptada.
Depressa chamou os
irmãos da moça e deu ordens para que fossem buscá-la. Os irmãos obedeceram,
foram para Olinda e lá falaram com o conhecido o governador Antonio Salema que deu ordens para que
o mameluco devolvesse a índia à sua gente. E assim foi feito.
No caminho para a casa,
os irmãos com a índia Iratembé resolveram repousar no Engenho Tracunhaém, localizado na atual Goiânia, ficava lá na Capitania de Itamaracá. No engenho que
ficaram, o proprietário Diogo Dias,
quando viu a jovem Iratembé, não resistiu aos seus encantos, aconteceu o
inevitável, apaixonou-se pela índia e escondeu-a das vistas dos irmãos.
Desiludidos, os dois
índios voltaram para suas terras e deram a triste notícia ao velho cacique Iniguaçu
- a linda jovem Iratembé fora escondida pelo rico proprietário Diogo Dias. O cacique não deixou por menos, ainda enviou
emissários na tentativa de conseguir a liberação de sua filha, mesmo assim não
teve sucesso.
Disponível
em: http://multiploscaminhos.blogspot.com/2016/08/brasil-colonial-producao-de-acucar.html. Acesso: 24/07/22.
De forma que, incentivado pelos franceses, organizou um ataque à propriedade de Diogo Dias a fim de resgatar a jovem índia. Em torno de quase dois mil índios invadiram o engenho de Diogo Dias, mataram mulheres, agregados, brancos e negros e atearam fogo no engenho.
Alguns relatos nos dizem que foram em torno de 600 vítimas daquela carnificina, nem os animais escaparam. Temendo que a revolta se espalhasse as autoridades comunicaram ao reino de Portugal sobre o massacre de Tracunhaem, o rei D. Sebastião temendo algo pior, determinou que se criasse uma nova capitania, desmembrada de Itamaracá, a nova capitania recebeu o nome de Capitania real da Paraíba em 1574, mas a conquista da mesma que se deu debaixo de muitas guerras, só ocorreu em 1585.
Foi preciso cinco expedições para dominar o território paraibano, os portugueses conseguiram lançando a discórdia entre os índios Potiguaras e Tabajaras, unindo-se aos Tabajaras fizeram um acordo de paz no dia 5 de agosto de 1585, data de fundação da Capitania Real da Paraíba.
Fontes consultadas:
ALMEIDA, Horácio. História da Paraíba. Tomo I. 2 ed. João Pessoa: UFPB, 1978.
MELLO, José Octávio de
Arruda. História da Paraíba. 10 ed.
João Pessoa: A União, 2008.
CAMPOS FILHO, Vicente. O massacre de Tracunhaém e a fundação da Capitania da Paraíba. [folheto] João Pessoa, 2007.
CAMPOS FILHO, Vicente. A conquista da Paraíba. [folheto]. João Pessoa.
Paraíba Criativa- https://www.paraibacriativa.com.br/artista/tragedia-de-tracunhaem/. Acesso: 24/07/22.
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