Pular para o conteúdo principal

MARÇO DAS MULHERES: HISTÓRIA DE LUTAS E CONQUISTAS, POR LIDIANA JUSTO



O “Dia Internacional da Mulher”, comemorado em 8 de março, nasceu em um contexto de lutas por direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, desde o final do século XIX. Para se ter uma ideia, esses profissionais trabalhavam em um regime de exploração do trabalho, tendo que submeter-se a uma extensa carga horária, precárias condições de higiene e assédios de seus patrões.

As mulheres que estavam subordinadas a essas condições de trabalho acabaram compreendendo que aquilo não era justo e resolveram lutar por melhores condições trabalhistas, passando a fazer greves e exigindo melhorias. No início do século XX, manifestações femininas ocorreram em diversas partes do mundo, como Estados Unidos (1908), Rússia (1917), Brasil (1910), dentre outros países, levando com que as mulheres obtivessem conquistas.

Assim sendo, o “Dia Internacional da Mulher” não pode ser atribuído a um único fato histórico, como o que convencionalmente costumava-se atribuir, pois, foram diferentes acontecimentos, marcados por greves, protestos, mortes e lutas que contribuíram para a escolha, por parte da ONU, do dia 8 de março, como um momento de celebração internacional do dia da mulher.

É importante saber que a referida data simboliza a luta por direitos trabalhistas e políticos das mulheres. Dentre as conquistas, podemos destacar o direito ao voto, a educação, igualdade salarial entre homens e mulheres (ainda em curso) e licença médica de 120 dias às gestantes.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Anayde Beiriz “olhos de pantera dormente” (Lidiana Justo)

     Ao longo da história, vimos surgir grandes vultos femininos que deixaram seu legado de luta, de ruptura, de desafios à moral machista e burguesa. Seja na luta pelo voto feminino, em um corte de cabelo, no uso de uma minissaia ou por recusar-se a não se casar, ter filhos, enfim, atitudes aparentemente simples, mas que repercutiram no tempo delas.    Anayde Beiriz nasceu na Parahyba, no dia 18 de fevereiro de 1905. Terminou seus estudos na Escola Normal, e participou em 1925 de um concurso de beleza patrocinado pelo Correio da Manhã e lecionou em Cabedelo, numa aldeia de pescadores.    Foi uma mulher que quebrou tabus na provinciana cidade parahybana, professora, poetisa, uma mente brilhante e inquieta. Usava cabelos curtos a La garçonne , pintava suas madeixas, usava batom, fumava... Em uma época na qual as mulheres de "recato" não podiam sair às ruas, ela ousava e saia sozinha, sem acompanhantes e,  para completar, usava roupas provocan...

Tricotando sobre o livro, "Mulheres de Cabul", de Harriet Logan.

Eu, de fato, tenho uma louca paixão em descobrir o mundo das mulheres afegãs. Um livro interessante que gostei muito foi "Mulheres de Cabul", ganhei de presente de uma aluna muito especial, Hérica Santana.  Traz depoimentos comoventes das mulheres que vivem debaixo do véu. Não quero lançar aqui uma visão maniqueísta, do tipo- "coitadinhas, elas vivem sob um regime que as oprimiam, elas usam o véu por causa dos religiosos fanáticos". Sei que estudos recentes, trazem o outro lado, o daquelas mulheres que usam o véu, não como vergonha, mas como algo que faz parte de suas identidades e acho fantástico e plausível. Enfim,  a jornalista Harriet Logan, é fantástica!! Ela nos conduz a uma viagem ao Afeganistão que na época estava sob domínio dos Talibãs. Gente, vocês precisam ler este livro, só para se ter uma ideia, o Talebã foi um regime radical que tomou o poder naquele país e estabeleceu uma série de regras, dentre elas: não jogar pipas, não ouvir músicas, ...

Memorial das Ligas Camponesas, Sapé-PB: pelos fios da História e da Memória

Fonte: Acervo do Memorial das Ligas Camponesas-PB. No dia 25 de maio de 2024, estivemos no Memorial das Ligas Camponesas, localizado no município de Sapé-PB. A visitação foi parte de uma atividade do grupo de pesquisa Redmus da UFPB, coordenado pela Profa. Dra. Luciana Costa. O Memorial das Ligas Camponesas é um guardião das histórias de homens e mulheres que lutaram contra as injustiças cotidianas na região de Sapé-PB. Inserido em um cenário onde a natureza é abundante, a calmaria da paisagem do Sítio Barra de Antas desvela-nos aos poucos os conflitos em torno do direito de existir dos camponeses que um dia ousaram questionar ao “latifúndio” em um passado recente. Memorial das Ligas Camponesas, Sapé-PB.  Acervo pessoal da Profa. Lidiana Justo. Memorial das Ligas Camponesas, Sapé-PB.  Acervo pessoal da Profa. Lidiana Justo. A casa que abriga o memorial resiste ao tempo e aos imbróglios surgidos em torno de sua existência, ela que um dia foi residência dos agricultores João...