Pular para o conteúdo principal

O LORÁX: EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDA

 


A animação “O Lórax: em busca da Trúfula perdida” foi exibida para os alunos dos sextos anos da E.E.E.F. José Mariano, no dia 5 de junho, data na qual celebramos o “Dia Mundial do Meio Ambiente”. A atividade teve a participação dos (as) professores (as) de História, Geografia, Matemática, Português e Educação Física, e foi coordenada pela professora Elisângela Santos que ministra aulas de Ciências e Práticas Experimentais na referida instituição.

Com uma linguagem voltada para o público infanto-juvenil, a animação tocou em temas profundos e inquietantes que envolvem a relação do homem com o meio ambiente, mostrando o ecocídio e sua naturalização pelos habitantes da cidade artificial de Thneedville. A história nos confronta a respeito dos males existentes na sociedade capitalista, onde o desenvolvimento não sustentável pode levar a problemas de proporções globais, como a destruição da biodiversidade no planeta.

A cidade de Thneedville, era um “lugar feito de plástico”, “sem natureza” e “árvores a crescer”, com mansões e carros tecnológicos. Seus habitantes viviam em uma bolha social, inertes, não percebiam que suas vontades/ações eram manipuladas pelo Sr. O’Hare, a alienação era tão grande que consideravam a cidade artificial fantástica.

Até que um dia o jovem Ted, motivado pela sua paixão por Aubrey, decidiu conseguir para a amada uma árvore de verdade, tendo em vista que tudo em volta era artificial. Em sua caminhada fora dos “muros” da cidade, Ted se deparou com um cenário devastador- esgotos lançados nos rios, poluição e desmatamento.

Tudo isso reflexo das ações nefastas do capitalismo, a ganância pelo lucro, o crescimento desenfreado e a busca incessante pelo sucesso, mostrados em ações como a de Umavez-Ildo, responsável pela destruição das Trúfulas, trouxeram como consequência a devastação do meio ambiente. E, mesmo com todas as advertências de o Lórax, o ganancioso Umavez-Ildo, quebrara sua promessa, pois nutria a ambição de riqueza para afirmar-se socialmente perante seus parentes.

No decorrer da animação somos levados a perceber que o capitalismo, em sua versão selvagem, pode ser percebido no marketing da empresa do Sr. O´Hare. Segundo o marketing da empresa, os lucros do Sr. O´Hare aumentariam ainda mais com o engarrafamento de ar puro em garrafas de plásticos, as mesmas seriam vendidas aos manipuláveis habitantes da cidade. Uma vez que eles sentissem a necessidade de comprar as garrafas, a produção aumentaria, o descarte do plástico também e o ar ficaria ainda mais poluído, este ciclo permitiria o sucesso de vendas.

Mas, uma reviravolta aconteceu, os diálogos estabelecidos entre Ted e o personagem UmaVez-Ildo (em sua fase madura e arrependido de suas más ações), levou Ted a uma bela jornada de conhecimento a respeito das consequências das ações do homem sobre o meio ambiente. E, finalmente, ele conseguiu levar para a cidade de Thneedville a semente da Trúfula perdida. É certo que ganhava com isso o coração da amada, mas essa intenção, ao longo da trama, acabou se tornando secundária, diante da missão que ele se viu investido- recuperar a natureza e levar luz para a população de sua cidade, aprisionada dentro de uma caverna, como diria Platão, e manipulada pela sombra do marketing do Sr. O’Hare.

A semente da Trúfula parecia guardar um segredo, ela era a conexão entre o ser humano e a natureza, outrora perdida por causa da ganância e desrespeito ao meio ambiente. A árvore foi plantada, a artificialidade da cidade ganhou vida, os habitantes tomaram entendimento do seu lugar no mundo e, neste novo mundo, não haveria espaço para indivíduos manipuladores gananciosos como o Sr. O’Hare.

Dito isto, arriscamos dizer, sem medo de errar, que a animação “O Lórax: em busca da Trúfula perdida” acabou sendo um convite para que alunos, professores e todos que fazem parte da comunidade escolar tornem-se guardiões vigilantes do meio ambiente.

E as crianças, público alvo do projeto, como nos disse Andrés Gianni “são excelentes multiplicadoras dos conceitos socioambientais porque carregam ainda consigo o ímpeto por justiça e a ideia de um mundo mais simples, natural e fraterno que muitos adultos já esqueceram”.

As sementes de esperança estão em nossas mãos.

 

 




Fontes consultadas:
a) Filme
O LORAX EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDA – Filme Dublado. Universal Studio. 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pTcX9FrgsZU. Acesso em: 5 de Junho de 2024.
  
 b) Artigos
CRUZ, Victória Regina da Silva; SILVA, Maria Jaqueline Oliveira da; SILVA, Vitor Alfredo de Santana. As faces do capitalismo e consumo: a utilização do filme “O Lorax em busca da Trúfula perdida” como recurso didático para a educação ambiental. CONEDU- IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. João Pessoa-PB, 2023, p.1-11.
HOPPE, Bárbara Chiodini Axt. Educomunicação: um estudo do desenho do Dr. Seuss- O Lorax- em busca da Trúfula perdida- metáfora do aproximar homem e natureza. 4 CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO E CONTEMPORANEIDADE. 8 a 10 de novembro de 2017, Santa Maria-RS. p. 1-14.






Comentários

Anônimo disse…
Estava procurando uma reflexão sobre o filme, parabéns pela análise. Tenho certeza que os alunos adoraram assistir.

Postagens mais visitadas deste blog

Anayde Beiriz “olhos de pantera dormente” (Lidiana Justo)

     Ao longo da história, vimos surgir grandes vultos femininos que deixaram seu legado de luta, de ruptura, de desafios à moral machista e burguesa. Seja na luta pelo voto feminino, em um corte de cabelo, no uso de uma minissaia ou por recusar-se a não se casar, ter filhos, enfim, atitudes aparentemente simples, mas que repercutiram no tempo delas.    Anayde Beiriz nasceu na Parahyba, no dia 18 de fevereiro de 1905. Terminou seus estudos na Escola Normal, e participou em 1925 de um concurso de beleza patrocinado pelo Correio da Manhã e lecionou em Cabedelo, numa aldeia de pescadores.    Foi uma mulher que quebrou tabus na provinciana cidade parahybana, professora, poetisa, uma mente brilhante e inquieta. Usava cabelos curtos a La garçonne , pintava suas madeixas, usava batom, fumava... Em uma época na qual as mulheres de "recato" não podiam sair às ruas, ela ousava e saia sozinha, sem acompanhantes e,  para completar, usava roupas provocan...

Resenha do livro "O Caranguejo Santo" (Arlindo Cabocllo), por Lidiana Justo e Manassés Emidio

       CABOCLLO, Arlindo.  O caranguejo santo . João Pessoa: União, 2017. O livro de autoria de Arlindo Cabocllo (2017), intitulado “O Caranguejo Santo”, narra a vida de personagens comuns que encontramos em nosso dia a dia, muitas vezes, sem ao menos nos importarmos. Com pouco mais de 80 páginas, Arlindo Cabocllo, através de sua formação e experiência (Professor da rede Estadual da Paraíba; Bacharel e Licenciado em Geografia (UFPB); Especialista em Geografia Ambiental Urbana (ESAB); extensões em Prevenção do Uso de Drogas (UNB) e Educação, Cidadania e Cultura (UEPB)), conduz o leitor numa narrativa surpreendente. Tendo como personagem principal o catador de caranguejo Eurípedes, morador da Várzea Nova, no município de Santa Rita-PB, que, mesmo com pouca leitura, vivia indagando o fato de ter nascido pobre e sem oportunidades, questionando o motivo de tanta poluição no mangue, bem como buscando entender o porquê de as pessoas serem tão religiosas, ele aca...