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Mostrando postagens de agosto, 2010

As Teias e Tramas de uma cidade centenária

  A cidade é feita de sonhos e de desejos. Sonhos e desejos que, um dia, se tornarão recordações, se incorporarão aos inúmeros labirintos da memória, revelarão as faces escuras do passado ou deixarão que elas permaneçam desconhecidas para sempre. Assim é a cidade, a grande moradia dos homens (REZENDE, 1992, p.21) Dia 5 de agosto de 2010, a nossa cidade assoprou velinhas, completou 425 anos. Uma cidade centenária que transpira história nas marcas de seus casarões coloniais e das janelas largas onde à tarde apareciam as moças casadoiras. O  passado se oferece através de suas ruas e avenidas, abertas em nome da modernidade. Foi a terceira cidade a ser fundada no Brasil. A história da Paraíba divide-se numa história oficial e por outro lado, uma outra história que está sendo feita. através da releitura e da crítica. Pois, chega de enaltecer a figura bravia dos portugueses e a traição de Piragibe (Tabajara) contra os índios Potiguaras, estes sim, habitantes naturais da Paraíba. Noss

Anayde Beiriz “olhos de pantera dormente” (Lidiana Justo)

     Ao longo da história, vimos surgir grandes vultos femininos que deixaram seu legado de luta, de ruptura, de desafios à moral machista e burguesa. Seja na luta pelo voto feminino, em um corte de cabelo, no uso de uma minissaia ou por recusar-se a não se casar, ter filhos, enfim, atitudes aparentemente simples, mas que repercutiram no tempo delas.    Anayde Beiriz nasceu na Parahyba, no dia 18 de fevereiro de 1905. Terminou seus estudos na Escola Normal, e participou em 1925 de um concurso de beleza patrocinado pelo Correio da Manhã e lecionou em Cabedelo, numa aldeia de pescadores.    Foi uma mulher que quebrou tabus na provinciana cidade parahybana, professora, poetisa, uma mente brilhante e inquieta. Usava cabelos curtos a La garçonne , pintava suas madeixas, usava batom, fumava... Em uma época na qual as mulheres de "recato" não podiam sair às ruas, ela ousava e saia sozinha, sem acompanhantes e,  para completar, usava roupas provocantes e decotadas. Uma moça muito at